setembro 01, 2006


The Lurker vai a Veneza (não, não essa. A outra)

Ok. Então vamos aos fatos: educação não é prioridade e nem está na pauta das principais preocupações dos governantes de Pindorama. Nem dos atuais, nem dos anteriores e, configura-se, nada de muito novo deve acontecer em um futuro próximo. A educação é, neste país, mais que um sacerdócio, um ato de luta quotidiana contra uma conjunção de forças que buscam, por caminhos os mais vários, impedir seu avanço. Não interessa o que digam Paulo Freire, Emília Ferreiro, Marx, Vigotsky, Piaget e quaisquer outros teóricos. "As elite" e, note-se bem, a bem nascida e a "bem subida" não têm qualquer interesse em educar as massas (algo como 60 milhões de almas, descontando-se as crianças em idade escolar).

Eis que, então, eu me catapulto a um fórum cujo objetivo é discutir as grandes questões das políticas públicas em educação de adultos neste torrão. O evento, de periodicidade anual, é famoso nacionalmente por pautar o que será feito na área e por marcar posição junto ao governo federal quanto àquilo que se considera relevante sobre o assunto. Um conceito emanado das classes, da base, de quem realiza a atividade diária e que, espera-se, tem o pulso do que realmente incomoda na execução de suas atividades. Desnecessário dizer da minha expectativa em poder, finalmente, interferir diretamente com meu trabalho em uma esfera que trará resultados de grande impacto para a área.

A abertura, grandiloquente, cheia de autoridades, acadêmicos e experts, realizada em grande salão, com premiações e coisas do gênero, deixa no ar aquela sensação de que a coisa vai ser, realmente, da pesada. A expectativa aumenta. De repente o convite: temos uma sessão de relatos de experiências. Você tem que apresentar a sua. Vamos abrir um espaço exclusivo para sua fala. Platéia de 400 ou 500 pessoas. UAU. Mais lenha na fogueira.

Ocorre que, para o main event (e para o resto do encontro, pós abertura, diga-se de passagem) a organização do evento resolveu inovar, ser criativa: ao invés do grande salão, opta por armar
uma tenda, lona de circo, do lado de fora do edifício principal, no meio do gramado da UFPE. Gente, isso aqui é nordeste. Imaginou o calor? Não? Fez bem. Não teve. Chove a cântaros.... chovem cães e gatos.... como não seria de se esperar nessa época. Mas chove, chove o que Deus manda, para Kiko Zambianchi nenhum deixar defeito. As ruas da "veneza brasileira" ficam intransitáveis - as pessoas se atrasam - e a coisa começa a descambar.

Agora imagine este pobre engravatado (o único, além dos secretários de governo e seus assessores) que tem que andar pelo charco em que se transforma a grama da lona... Alguém quer ter uma idéia de como fica a credibilidade de um evento no qual não se tem acesso a serviços sanitários decentes? Alguém quer falar algo sobre uma reunião em que o restaurante é o bandeijão da universidade federal? Alguém quer arriscar quanto tempo os medalhões, autoridades e congêneres passaram neste ambiente?

Em resumo, para quê, meu Deus do céu, esse povo inventa moda? A área já não é enxergada com muita facilidade. Existe toda uma problemática para ser tratada e você tem que ficar negociando com dificuldades práticas de menor importância, como se tem um morcego voando para todo lado, ou se o vento faz a chuva molhar metade da delegação de Mato Grosso e precisa-se de uma lona para impedir isso... saco. Aí reclamam quando eu digo que o que falta para essas coisas começarem a andar é menos Socialismo e mais profissionalismo. Bando de amadores. Não vamos chegar a lugar nenhum enquanto não se levar a educação menos com cara de política estudantil e mais com cara de irmãos Salesianos! Todo poder ao Ratio Studiorum!

The Lurker says: Simia quam similis, turpissimus bestia, nobis!

julho 15, 2006

The Lurker and the EgoTrip (ou mais dos mesmos)

De tempos em tempos aparecem essas coisas que os desocupados colocam na Intenet. Dessa vez a culpa foi do VP, que tirou isso sabe-se lá de onde...

Nome?
Athos de La Fére

Data de nascimento?
21 de dezembro de 1643

Local de nascimento?
Oloron-Sainte-Marie, Béarn

Residência?
Brasília - DF.

Olhos?
Castanhos

Cabelos?
Castanhos

Altura?
1,72 (segundo o Exército Brasileiro)

Destro ou canhoto?
Destro.

Ascendência?
Baiana e Carioca. Acima disso podem ser encontrados: Alemães, Espanhóis, Portugueses, Russos e Tupinambás.

Signo e ascendente?
Áries e Capricórnio (Tremei!)

Sapatos que usou hoje?
Fascar. Preto. Couro de Carneiro.

Fraqueza?
Choro feminino.

Medo?
Qui le ciel me tombe sur la tête.

Objetivo que gostaria de alcançar?
Haver contribuído para alguma causa que fizesse diferença, real e objetivamente, para a vida de outras pessoas. Não é necessário reconhecimento.

Frase que mais usa no MSN Messenger?
Arrête de me decrocher!

Melhor parte do corpo?
Nenhuma.

Pepsi ou Coca?
Bordeaux.

McDonald's ou Bob's?
Jambon beurre ou Quiche Lorraine.

Café ou cappuccino?
Bordeaux.

Fuma?
Socialmente.

Palavrão?
Não. É prova de pobreza vernacular.

Perfume?
Depende: para sentir ou para usar?

Canta?
De um tudo. E mal.

Toma banho todo dia?
Bien sûr!

Gostava da escola?
Afirmativo. Nerd é assim mesmo.

Acredita em si mesmo?
A mais das vezes, sim.

Tem fixação com saúde?
Pax Romana: Ela não me perturba, eu não a incomodo...

Se dá bem com seus pais?
Com a mãe, sim. Com o pai, quando vivo, também.

Gosta de tempestades?
Elétricas. Sim, muito!

No último mês...
Bebeu álcool:
Sim.
Fumou: Sim.
Usou drogas: Não.
Fez saliência: None of your business.
Foi ao shopping: Sim.
Comeu um pacote inteiro de Oreos: Não. Mas um Oreo Mud Pie ia bem agora...
Comeu sushi: Não.
Subiu ao palco: Serve conferência? Se servir, sim.
Levou um fora: Sim.
Fez biscoitos caseiros: Come on, be serious!
Pintou o cabelo: Duh.
Roubou algo: Shampoo de hotel vale?

Já tomou um porre?
Perdi a conta.

Já apanhou?
Yep. Mais do que bati.

Já bateu?
Yep. Menos do que apanhei. Não recomendo nem um, nem outro.

Número de filhos?
Um. "Amamentado com pólvora".

Como você quer morrer?
Go tell the Spartans, stranger passing by,
that here, obedient to their laws, we lie.


Piercings?
Nem pensar.

Tatuagens?
Idem.

Quantas vezes seu nome apareceu em jornal?
Umas duas dúzias. Quem é que conta essas coisas?

Cicatrizes no corpo?
Uma no meio da testa.

Do que você se arrepende de ter feito?
Não me arrependo do que faço. Já do que deixo de fazer...

Qual sua cor favorita?
Azul.

Me fale sobre um talento ou habilidade que você tem e que eu ainda não vi ou descobri.
Na realidade eu sou um rato de laboratório, envolvido em um complexo esquema para dominar o mundo. Agora vamos andando, Pinky!

Qual sua disciplina favorita na escola?
História. Seguida de perto por Química, Biologia e Literatura.

Diga um lugar no qual você nunca esteve, mas que gostaria de visitar algum dia (aqui ou no exterior).
Dinamarca. Mas dizem que há algo de podre por lá.

Você é uma pessoa matutina ou noturna?
Eu sou uma pessoa???

Os astronautas pousaram mesmo na Lua ou foi tudo armação?
E isso muda em quê a estrutura do espaço-tempo?

O que você tem no bolso? (Ou, se não há nada no momento, que tipo de coisas geralmente estão lá?)
Dois celulares, dois molhos de chaves, uma carteira, uma caneta e uma lapiseira (eu uso terno)... :-)

Em 10 anos, você se vê... (termine como quiser)
... Aposentado.

Falta energia e você não tem um gerador. Isso quer dizer nenhum eletrônico: computador, TV, vídeo, aparelho de som, etc. O que você faz para se manter aquecido, contente e entretido?
Depende: eu estou sozinho?

O que você jamais comeria?
Fugu. Nem você, se tiver juízo

Sugira algo para ler, algo para assistir:
Ler: Frederick Forsyth
Assistir: Réquiem para um sonho. Mas é um filme que só se vê uma vez...


O que lhe irrita acima de tudo... Aquele momento terrível que faz com que você perca totalmente sua compostura e queira chutar, gritar e bater em algo com um porrete?
Injustiça e arrogância.

Admita, você não é perfeito... O que você faz e que deixa as pessoas irritadas?
Dizem que sou prepotente. Mas é coisa de gente invejosa... :-)

Nasceu em que dia da semana?
Não tenho idéia. Quinta?

Ator favorito?
Humphrey Bogart para film noir. Peter O?Toole para peças clássicas. Raul Cortez e Paulo Autran para peças nacionais.

Instrumentos que toca?
Violão, um dia.... não espere muito de mim hoje.

Internação em hospital?
Nunca, jamais, em tempo algum.

Religião?
Católico por falta de opção.

Qual seu aparelho eletrônico favorito? E qual aparelho você gostaria de ter?
Home Theather e GPS.

The Lurker says: moving on... there's nothing to read here...

julho 08, 2006

The Lurker - Back in Business (ou Meega, nala kwishta!)

Existem poucas coisas mais chatas do que ter que fazer uma viagem para um lugar que, notadamente não se gosta. Mais ainda, quando todo mundo com quem você fala do destino acha que você está indo para a coisa mais divina da Terra. Então, deixo registrado para que não reste dúvidas: Maceió é o que existe depois que se cai do proverbial abismo, ao final do horizonte. É o local que os antigos navegadores imaginavam que um sem número de dragões, serpentes e outras feras mitológicas fariam suas naves em pedaços. Oh, terrinha! Acho que, tirando São Luis, é a coisa mais próxima do fim do mundo made in Brazil.

Como na maior parte do nordeste, o povo é extremamente agradável e receptivo. Até mesmo como uma "compensação" pela falta de recursos. Mas, também como na maior parte do nordeste, as dificuldades são perenes e, no caso de Alagoas, em especial no que tange à educação, acachapantes: o estado conseguiu roubar do Maranhão o lugar de pior colocado, considerando-se os resultados nacionais. Taxas de repetência e evasão que chegam a 70% em alguns casos, e de analfabetismo em mais de 26%, não ajudam em nada. E, com isso vem uma vitimização de quem não consegue enxergar uma saída no meio de tanta miséria.

Depois de três dias de degredo, esperava pelo menos molhar o pé na praia. Santa Clara disse que não, mandando uma manhã de sábado nublada. Os nativos avisaram que não devia ir ao mar, por conta de "contágios". ?Praia somente depois do terceiro dia de sol?. Hepatite? Não, doenças de pele.... sigh... e, unindo insulto à injuria, o Ara Ketu resolve hospedar-se no mesmo hotel em que estou "preso". Relpi!

Bem, estas são, então, as recomendações para quem, como eu, se descobrir arrastado para este canto. Como sempre, o guia do viajante aborrecido e mau humorado apresenta:

Onde comer: Divina Gula é um restaurante simpático em três "ambientes" - Calçada, família e um mais, digamos, reservado. Mesas na parte interna, com ar-condicionado e música ambiente, e externa, bastante ventilada. Recomento o primeiro para os solteiros e o último aos casais. É uma casa mineira com bem cuidado jardim na entrada e bonita decoração. Panelas de cobre, peças de artesanato e uma réplica de alambique original, que demonstra todos os passos da fabricação da cachaça. Serviço descontraído (pergunte pelo Assis e diga que fui eu que mandei :-). Faz parte da Associação Brasileira da Boa Lembrança e exibe nas paredes os pratos de porcelana pintados à mão. Vários artistas famosos já comeram na casa e deixaram simpáticas dedicatórias nos murais montados na entrada.

Onde ficar: O Maceió Mar Hotel é um hotel modesto, mas com uma boa localização na Ponta Verde. Bonita vista do mar (aonde os banhistas, como eu, não vão). O serviço é honesto e o preço razoável, incluindo café da manhã variado, que inclui iguarias da terra. Mas o que me encantou foi a rede WiFi. Em teoria, funciona gratuitamente nos quartos. Na realidade, é uma lesma se vc não se aproximar do hot-spot. Mas no Hall é uma bala a 54 MBps. Mesmo hotéis de melhor categoria levam um banho neste quesito.

The Lurker says - Anuncie neste espaço. :-)